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A mostrar mensagens de dezembro, 2020
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  Plano de Maximização da Capacidade do A. H. D. (parte 2) No meu último artigo comecei por abordar os principais problemas que hoje em dia afetam o Aeroporto de Lisboa. Neste artigo vou então demonstrar como é que essas ineficiências podem ser colmatadas ou corrigidas.  Comecemos pela falta de posições de contacto. Neste momento o Aeroporto da Portela sofre por falta de posições com manga telescópica tanto para aviões Narrow Body (NB) como Wide Body (WB). Para resolver a questão dos NB, é necessário construir um novo Pier Sul do Terminal 1 que ocupe a zona da antiga cabeceira da pista 35. Esta nova extensão do terminal poderá criar até 8 novas posições de estacionamento com manga. Em 2019, a ANA chegou mesmo a receber propostas para a conceção deste novo pier como esta da Cunha Ferreira Arquitetos.  Proposta da Cunha Ferreira para o Novo Pier Sul No entanto, o Aeroporto da Portela lida mais com aviões NB do que com aviões WB, e por isso, este novo pier Sul pode não ser suficiente para
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Plano de Maximização da Capacidade do A.H.D. (parte 1) A história do Aeroporto da Portela é toda uma elaborada novela de sobrevivência, drama e resiliência. Não acreditam? Pois bem. Desde 1990 a 2019, o Aeroporto da Portela sextuplicou (sim leram bem, sextuplicou) o seu número de passageiros processados por ano. De 5 milhões passámos a 31 milhões de passageiros por ano. Nada mau para um aeroporto renegado pelo poder político e que supostamente já estava esgotado em 1969.  À luz daquilo que tenho vindo a dizer noutros artigos, o país precisa de resolver a questão da falta de capacidade aeroportuária em Lisboa de forma realista, pragmática e adaptada àquilo que será a nossa realidade no pós pandemia, respeitando sempre o contexto de crise climática em que vivemos. Para tal, é preciso romper com a bolha que nos levou a estar 30 anos a sonhar com um aeroporto que dificilmente reflete e nossa realidade. Venho por isso fazer uma proposta, sem dúvida polémica: maximizar a eficiência e capacid
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  Campo de Tiro de Alcochete: é mesmo o paraíso?  Não deve ser a primeira vez que o caro leitor ouve falar neste nome. Estava nas bocas do mundo em 2008 quando o Governo de José Sócrates decidiu enterrar de vez a solução da Ota para implementar o Novo Aeroporto de Lisboa (NAL) nesta instalação da Força Aérea na margem Sul do Tejo.  A construção do NAL no Campo de Tiro de Alcochete (CTA) acabou por ficar na gaveta quando a crise de 2011 deixou o país à beira da bancarrota. Mas esta solução acabou por voltar ao debate público nos últimos anos em confronto com a opção adotada pelo Governo e pela ANA de expandir o Aeroporto da Portela e construir um aeroporto complementar na BA6 do Montijo. Por isso, importa perguntar: (1) que solução é esta do CTA? (2) Que vantagens e desvantagens tem? (3) É uma localização assim tão boa? Vejamos: (1) O CTA é uma instalação da FAP localizada entre Alcochete e Canha onde é armazenado material militar e se realizam periodicamente exercícios militares. Trat
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Montijo: e agora? (parte 3)   Na parte 2 desta série percebemos a situação em que estamos atualmente na questão da capacidade aeroportuária de Lisboa. Resta então saber: o que vem agora? O Governo será agora obrigado a realizar uma Avaliação Ambiental Estratégica ao projeto do Aeroporto do Montijo comparando-o com outras alternativas. Mas então... que alternativas são essas? Bem... não sabemos ao certo. Por um lado, o estudo pode focar-se inteiramente em localizações alternativas para construir um aeroporto complementar, por outro, pode também (ainda que seja improvável) abranger cenários em que a Portela é encerrada e substituída por um aeroporto feito de raiz.  Aliás, a discussão sobre toda esta questão irá certamente oscilar bastante para essa dúvida sobre a manutenção do principal aeroporto de Lisboa na Portela. Isto deve-se a não existirem outras localizações viáveis para construir um aeroporto complementar competitivo (onde o investimento seja reduzido e a distância a Lisboa tamb
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  Montijo: e agora? (parte 2) Como analisei na primeira parte desta série de artigos, os pressupostos que nos levaram a procurar aumentar a capacidade aeroportuária em Lisboa mudaram dramaticamente. A situação extremamente difícil que a TAP atravessa em conjunto com a enorme crise no setor do turismo (resultado da pandemia) obrigam-nos a repensar que caminho devemos tomar.  Em primeiro lugar, a urgência de expandir a capacidade aeroportuária da região de Lisboa é muito mais reduzida, até porque não se espera uma recuperação muito rápida do tráfego. A capacidade instalada na Portela será certamente suficiente para enfrentar os próximos anos e isso dá-nos tempo para pensar: será a solução Portela + Montijo a mais indicada para as necessidades do país? Vejamos: O Aeroporto Complementar do Montijo tinha como objetivo aliviar a pressão que o tráfego low cost tem gerado no A.H.D. O facto de ser uma infraestrutura relativamente barata de construir (grande parte já está feita) permitiria à ANA
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  Montijo, e agora? (parte 1) A semana passada tivemos importantes desenvolvimentos sobre o futuro aeroportuário em Lisboa. Uma proposta do PAN que obriga o Governo a realizar uma Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) sobre a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa, foi aprovada. E agora, o que acontece?  Em primeiro lugar é preciso perceber o contexto em que estamos atualmente. A pandemia de Covid-19 atirou a indústria da aviação para a maior crise da sua história. Grandes companhias aéreas por todo o mundo tiveram de ser resgatadas pelos seus respetivos Governos nacionais e ninguém sabe ao certo quanto tempo será preciso para que os valores de tráfego cheguem aos valores de 2019. E isso será apenas a evolução da procura, porque os efeitos económicos nas companhias aéreas serão sentidos, provavelmente, por mais 10 anos.  Ora, Portugal não foi exceção. A TAP, principal operadora em Lisboa, que já antes da pandemia estava numa posição frágil, foi arrasada pela queda de tráfego e