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A mostrar mensagens de fevereiro, 2021
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  O Metro Ligeiro Odivelas-Loures: mais um erro? A chegada do Metropolitano de Lisboa a Loures é dos temas que se tema arrastado mais ao longo dos últimos anos, especialmente pelos críticos do projeto da Linha Circular. É uma reivindicação já antiga tanto de autarcas como populações. O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) recentemente apresentado pelo governo propõe uma solução para terminar de vez esta polémica: a construção de um metro ligeiro de superfície que ligue Odivelas a Loures passando pelo Hospital Beatriz Ângelo e pela estação de Metro (pesado) de Odivelas.  Estação de Metro de Odivelas Mas será esta a solução mais adequada? Que outras opções haveria? Ou faz sequer sentido que seja o Metro a servir Loures? É isso que vamos analisar neste artigo.  Em primeiro lugar há que referir que a ideia de implementar um Metro Ligeiro em Loures é relativamente recente. Nos últimos 10 a 15 anos, o debate sobre como servir melhor Odivelas e Loures com transporte pesado tem oscilado e
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SATUO: O que correu mal e o que podemos fazer agora? O meu artigo de hoje é dedicado a um dos mais controversos projetos de transporte dos últimos 20 anos: o SATU Oeiras. O que é o SATUO? Porque é que não teve sucesso? O que podemos fazer para emendar o erro? Então antes de mais nada, o que é o SATUO? O SATUO foi um sistema automatizado de transporte urbano que operou no concelho de Oeiras entre o shopping Oeiras Parque e a estação ferroviária de Paço de Arcos entre 2004 e 2015. Era um sistema elevado, totalmente em viaduto, que consistia em várias cabines não tripuladas sobre carris tracionadas por um cabo. Tinha como grande objetivo ligar a Linha de Cascais à Linha de Sintra (na estação do Cacém) criando um eixo perpendicular a estas duas linhas ligando-as, levando transporte público pesado a zonas mais interiores do concelho de Oeiras. Tinha também como grande objetivo potenciar os dois grandes parques de escritórios que foram construídos no concelho durante os anos 90 e 2000: o Lag
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A Estação Central de Lisboa: o debate esquecido Hoje, vou mesmo ao fundo do baú resgatar um debate que hoje em dia nos parece inexistente mas que há cerca de 10 anos estava na ordem do dia. Um debate alimentado pela implementação da Alta Velocidade em Portugal e que dividia a opinião de engenheiros e decisores políticos: a chamada, Estação Central de Lisboa. Mas primeiro, vamos recuar ainda mais no tempo.  A primeira grande estação a servir Lisboa foi Santa Apolónia (SA), inaugurada em 1865 no antigo Cais dos Soldados. Esta estação não foi, digamos, um enorme sucesso nos seus primeiros anos de operação por não estar muito próxima do centro da cidade (lembremo-nos que Lisboa era na altura uma cidade muito mais pequena do que é hoje). Mais tarde, em 1890, seria inaugurada uma estação muito mais central no coração da cidade, a Estação do Rossio. Esta estação passaria a concentrar serviços de longo curso para cidades como o Porto, tornando-se então a principal estação da capital.  Estação
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  A Linha Circular do Metro: um erro que vamos pagar caro Está por semanas o arranque daquele que é provavelmente o mais polémico projeto de transportes do país: a Linha Circular do Metro de Lisboa. Mas afinal de contas, porque é que este projeto é tão controverso? E que benefícios e problemas é que vai trazer?  Antes de mais nada, o que é a Linha Circular? É um projeto de expansão da rede do Metro de Lisboa que prevê ligar as estações do Rato (na Linha Amarela) ao Cais do Sodré (na Linha Verde) através de duas estações intermédias na Estrela e em Santos. Com algumas alterações aos viadutos no Campo Grande, a Linha Verde passará a ser uma Linha Circular ficando com todas as estações da Linha Amarela entre o Campo Grande e o Rato. Segundo o Metro de Lisboa e o Governo este investimento da ordem dos 210 milhões de euros vai permitir reduzir os tempos de espera pelas composições no centro da cidade mas, acima de tudo, vai permitir que os milhares de pessoas que chegam todos os dias ao Cai
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  O Aeroporto de Beja: é alternativa a Lisboa?  O meu artigo de hoje é dedicado a esclarecer e desmistificar uma ideia que se tem tornado popular no grande público em Portugal: a ideia de que o Aeroporto de Beja seria facilmente um aeroporto complementar a Lisboa.  Mas primeiro, o que é exatamente o Aeroporto de Beja? Ao longo dos anos, tem-se gerado o "mito urbano" de que em Beja foi construído um grande aeroporto que está ao abandono há vários anos por mera incompetência política. Bem, isso simplesmente não corresponde à verdade. O Aeroporto de Beja é um pequeno complexo aeroportuário adjacente à Base Aérea Nº11 com a qual partilha as duas pistas existentes. É, para todos os efeitos, um pequeníssimo terminal com uma placa de estacionamento de aviões adjacente. Este Aeroporto não está fechado ou ao abandono, aliás está aberto a receber voos, simplesmente nenhuma companhia tem uma operação regular lá por falta de interesse e viabilidade económica. O Aeroporto é atualmente usa
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Plano de Maximização do Aeroporto Humberto Delgado (parte 8) Depois de vários artigos em que debatemos como seria possível aumentar e maximizar a capacidade do Aeroporto de Lisboa, chegou à altura de fazermos um balanço dos vários impactos ambientais inerentes a todas estas propostas.  Aumentar a capacidade o Humberto Delgado traria impactos na qualidade do ar e no aumento da poluição sonora, isto é inegável. No entanto, não nos devemos resumir a análises simplistas do problema, como infelizmente é comum vermos nas discussões públicas sobre este tema do Aeroporto.  Apesar de o Aeroporto ser grande gerador de ruído na cidade, há que ter em conta os grandes avanços que têm sido conseguidos pela indústria da aviação ao nível da redução do ruído gerado pelos motores dos aviões. Para exemplo, aqui está um vídeo que exemplifica a enorme diferença de ruido entre a antiga geração do Airbus A320 (CEO) e a nova geração (NEO). Note-se que a os aviões da família A320 constituem uma parte muito sig
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Plano de Maximização do Aeroporto Humberto Delgado (parte 8) No último artigo desta série falámos sobre os acessos em Metropolitano ao Aeroporto de Lisboa mas não chegámos a abordar um tema que recentemente chegou às manchetes dos jornais: a ligação ferroviária ao Humberto Delgado. Há que responder a duas questões. Vale a pena? E, se sim, em que moldes deve ser feita? A resposta à primeira questão não é simples. De facto, dadas as acessibilidades atuais (e futuras) ao Aeroporto em Metropolitano, pode parecer difícil justificar o investimento considerável numa ligação ferroviária. Especialmente tendo em conta que a Gare do Oriente já está muito próxima do Humberto Delgado, a 2 estações de Metro de distância.  Estação de Metro do Aeroporto Mas há que ter em conta um aspeto importante, o Metropolitano é um meio de transporte excelente para o meio urbano mas  com pouca abrangência para lá dos limites do concelho de Lisboa. O único meio de transporte (além do rodoviário) que tem abrangência